Casa Café: para beber bem e sem cerimônia

Bafo da Onça, drinque do Casa Café: Aperol, mate gelado e tangerina

Marco De La Roche é tricampeão brasileiro no preparo de bebidas alcoólicas à base de café (o campeonato Coffee In Good Spirits), mixologista há mais de uma década, consultor e criador do evento Mentes Brilhantes, que procura discutir e incentivar a coquetelaria brasileira (e do qual tive o prazer de participar como palestrante na primeira edição, em 2012). Mesmo no meio de tantas atividades, ele conseguiu tempo de idealizar e abrir seu primeiro bar, o Casa Café, em Pinheiros.

Bolinhos de massa de mandioquinha, recheados de cordeiro

Durante o dica, o Casa funciona como restaurante – servindo almoço executivo – e café. De noite a pegada muda e ele se transforma num bar, daqueles que facilmente se tornam o preferido da gente, no qual nos sentimos confortáveis e à vontade. Bar para ir com os amigos, conversar –  e não aqueles bares-coxinha, mais interessados no hype do que no cliente.

Os pontos em comum nos dois períodos são o cuidado/carinho com o negócio e a excelência do preparo tanto dos cafés – usa-se um excelente blend de Isabela Raposeiras  – quanto nos drinques.

Burger da casa (hambúrguer com cheddar ou gorgonzola, panceta, alface americana, acompanhado por fritas e maionese de mel e limão siciliano, R$ 24)

Indo para almoçar, prove o farto escondidinho de vegetais com cogumelos, arroz integral e lentilhas (R$ 24), uma ótima para quem é vegetariano, como Marco. Caso não seja bem o seu estilo, há também o burger da casa (hambúrguer com cheddar ou gorgonzola, panceta, alface americana e maionese de mel e limão siciliano, R$ 24) , que só pecou por trazer batatas fritas industriais.

Não dá pra beber durante o dia? Peça as deliciosas Águas frescas (R$ 5), “temperadas” com frutas e bem mais saudáveis e saborosas que refrigerantes. Para encerrar, pule os doces (ainda sem padrão de qualidade) e fique com o bem tiradíssimo Espresso (R$ 4,60), cappuccino (R$ 7,80) ou com o café escravo, coado e misturado a caldo de cana (R$ 8,20).

Salão superior do Casa Café: mini biblioteca aberta ao público com livros sobre bebida

Depois das seis da tarde a coisa fica mais divertida, especialmente quando se começa a provar coquetéis como – o meu já predileto – Chora Neném, que leva cachaça Samba Nego – feita com a infusão de erva doce, caramelo e limão siciliano -, hortelã, limão siciliano e xarope de camomila (R$ 19).

Outro perigosíssimo – porque facílimo de tomar – é o Bafo da Onça (Aperol, mate gelado e tangerina, R$ 19). Ambos frescos, simples, sem pataquada nem adereços desnecessários.

Meu predileto: Chora Neném (cachaça Samba Nego, hortelã, limão siciliano e xarope de camomila, R$ 19)

Entre os clássicos brasileiros há 1 2 3 Capeta (vodca, mel, abacaxi, canela, guaraná , cacau em pó e leite condensado, R$ 19), Maria Mole (conhaque, vermute branco e temperos, R$ 19) e Bombeirinho Chic (cachaça, sucos de limão siciliano e tahiti, suco de laranja e groselha, R$ 18).

Pudim de leite

A “versão” mais polêmica do Casa é a de caipirinha, chamada Caipirinha 1584, feita com cachaça, limão tahiti,  mel e alho assado com azeite de baunilha (R$ 18). Não, não é bizarro, nem surreal. Na verdade, se você não “cutucar” o alho, ele mal marca presença; cutucado, ele solta seu sabor misturado ao caramelo de baunilha, fornecendo um toque adstringente, levemente salgado e bem interessante.

No menu executivo, escondidinho de vegetais com cogumelos, arroz integral e lentilhas (R$ 24)

Para quem não larga a cerveja, elas também tem sua vez, sejam sozinhas ou como partes de drinques tais quais Caracu com ovo (R$ 18) e Michelada Cauim (Colorado Cauim, suco de tomate, limão e temperos, R$ 28).

Para evitar sair trançando as pernas, coma os bons bolinhos de massa de mandioquinha recheados de cordeiro desfiado (R$ 21), polenta cremosa com cogumelos (R$ 23) ou bruschetta caprese (R$ 22). Então peça mais uma bebida e continue a conversa.

Casa Café: Rua Mourato Coelho, 25, Pinheiros, tel.: 4562-1652