Corredor da morte gourmet: o que os chefs comeriam antes de morrer?

Depois de ler a matéria sobre o fotógrafo americano que retratou várias últimas refeições de prisioneiros no corredor da morte, fiquei curiosa: o que quem lida com comida todos os dias, e vive dela, escolheria? Perguntei para vários chefs qual seria a derradeira coisa que comeriam, aquela mais reconfortante, gostosa. As respostas foram bem divertidas!
Quanto a mim: um imenso sanduba de rosbife artesanal com ementhal e rúcula. No pão preto.  E você, o que escolheria?
Raphael Durand Despirite, chef do Marcel
“Camarão. Adoro, mas do nada fiquei alérgico. Mas o que é um camarão assassino para quem já está morto?”
Bella Masano, chef do Amadeus
“O canelone da Dona Ana Masano, minha mãe. Porque trás conforto e remete a bons momentos da minha vida em família”.
José Barattino, chef do Emiliano
“Fico com um prato que a minha mãe prepara, Bollito Misto. Minha mãe NÃO é uma cozinheira de mão cheia mas o bollito misto que ela prepara é especial”.
Giancarlo Bolla, chef proprietário do La Tambouille
Spaghetti al dente com pomodoro fresco e salpicado com Pesto Genovese, mas tem que ser feito com azeite e manjericão da Liguria (região onde nasceu) Minha mãe fazia este prato quando era criança.”
Carlos Bertolazzi, chef do Zena Caffè
“Dobradinha. Para que a execução se torne “relativamente” menos dolorosa”
Juliano Valese, chef do Torero Valese
“Arroz de lula en su tinta. Após me deliciar poderia ir andando tranquilamente até o fim do corredor, bebendo uma bela taça de cava para ir em paz…”
Henrique Fogaça, chef do Sal Gastronomia
“Feijoada com bastante laranja, couve, arroz
Arthur Sauer, chef do Roux Bistrô
“Arroz branco, carne moída e ovo frito estalado por cima! Acho que morreria feliz!”.
Jean-Christophe, chef do Bistrôpub Mulligan
“Sinceramente, a única coisa que eu comeria numa situação como essa não seria um menu completo ou nada muito sofisticado, mas algo que abrisse minhas papilas gustativas e minha memória. Pensei na Bruschetta de Tomate Cereja do Mulligan, com folhas de manjericão fresco e cream cheese misturado com sal, azeite de oliva extra-virgem e azeite de manjericão, num pão de Castanha-do-Pará. Tudo muito fresco, vivo, colorido e rápido de fazer. Além de saboroso, une meu passado e meu presente, o tomate sendo uma fruta de verão, o manjericão que me lembra as paisagens da Toscana e o pão de Castanha-do-Pará que me liga ao Brasil.”
Alexandre Bacellar, proprietário e chef da Bendita Hora Pizza & Arte
“Iria pedir um prato fundo vazio, dentro de uma banheira de molho de tomate da Mama e um outro prato vazio, de sobremesa, dentro de uma banheira de calda de chocolate. Assim reviveria minha infância.”
Tatiana Szeles, chef do BOA Bistrô
“Galinhada com pequi e quiabo”
Mariana Valentini, chef do Valentina
“ Se eu fosse para o corredor da morte com a carteira cheia escolheria um mel de trufas em cima de um queijinho brie. Se minha carteira estivesse como agora,  pediria paes de queijo bem quentinhos..”
Adriana Cymes, chef do buffet Arroz de Festa
“O patê de fígado de galinha da minha avó Helena. Era maravilhoso. Duvido que uma mãe judia faça igual, pena que ela já morreu porque sempre tenho muita vontade de comer”
Beto Tempel,  chef do Le French Bazar
“Sanduíche de Pastrami com mostarda caseira e pão preto da Katz Deli de Nova York”
Duh Cabral, chef dos bistrôs Vintage e Moema da Ville du Vin
 “Tem duas opções. A primeira seria uma boa pancetta / torresmo com limão e sal e uma Colorado bem gelada. A outra opção seria um bom bacalhau feito na brasa igual ao que eu comia na infância, e uma boa sangria já que em casa crianças não podiam beber (risos). Comeria as duas opções porque, nada melhor que se despedir lembrando de tudo o que aprendi e conheci na infância, nas cozinhas e durante o trabalho”
Rodrigo Libbos,  chef do Kebab Salonu
“ Quibe cru e batata frita. Desde criança tenho o quibe cru como minha comida favorita por causa do lado árabe/turco da minha família e as batatinhas fritas de minha vó, do lado português.”

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