Nhocada no Friccò: vá logo porque só dura até dia 27!

Adoro o Friccò. Não só porque é um restaurante aconchegante, daqueles no qual o chef conhece os clientes antigos pelo nome. Gosto do Friccò não só por estar longe da área badalada de São Paulo, ter uma adega incrível e manter um certo ar familiar, caseiro, entre amigos. Gosto mesmo por causa de seu chef, Sauro Scarabotta. Italiano da Úmbria, mudou-se para o Brasil ao se apaixonar por uma brasileira– hoje sua mulher e mãe de seu filhinho-,  foi o primeiro chef do Bar des Arts enquanto tocava, paralelamente, o seu pequeno Friccò, na Vila Mariana. Hoje, 13 anos depois, o restaurantes triplicou de tamanho e sua dedicação e amor pela cozinha, também. Tanto que organiza piqueniques para levar seus clientes para perto dos fornecedores e faz questão de mostrar de onde (e como) vem sua comida (clique aqui para ler a minha matéria sobre o último) e também organiza grupos sobre sustentabilidade– o bom é que não é só papo: Sauro, por exemplo, prioriza lavar o salão do Friccò com a água acumulada no coletor de chuva que construiu.

Uma boa ocasião para  provar os pratos de Sauro– e conversar com ele!– é na Festa degli Gnocchi, uma de suas especialidades. Esta edição dura de 17 a 27 de junho e tem 13 variedades da massa. E, olha, vá na quinta (19hs), sexta (19hs) ou sábado (12hs). Sabe porque? Nestes dias, Sauro dará uma aula sobre preparo do nhoque– ali, ao vivo– e os participantes, logo depois, comem os nhoques que fizeram! É divertido e gratuito.

Vamos ao cardápio da Festa (considere que tudo é nhoque): pomodoro, basílico, ricota fresca, R$ 39,50; de espinafre com molho vegetariano (um tipo de ragu super leve e fresco de abobrinha, espinafre, cenoura e ervilhas), R$ 38; Al cartoccio com camarão e abobrinha, R$ 56; de favas com 3 feijões picantes (um dos meus prediletos), R$ 38; com pesto, mussarela de búfala e tomate seco, R$ 43; a carbonara moderna, R$ 45; negro com ragu de abobrinha e lula, R$ 54; de rúcula, pera, nozes e gorgonzola (tenho paixão por esse!), R$ 43; com tartufo negro, funghi e queijos, R$ 69; de abóbora, carne seca e queijo coalho (amo, amo), R$ 48; de mandioquinha com bacalhau, brócoli e pimentão, R$ 59.

E, por favor, não saia de lá sem provar o seeeeeeeeeensacional raviolone de brie, ricota, orégano e berinjela ao molho de manteiga e frutas. Delicado, repleto de sabores equilibrados, invade a alma com sua doçura e textura macia dos queijos.

Agora, fique com os 10 mandamentos do nhoque perfeito por Sauro Scarabotta

1- Para a massa, use sempre 300 gramas de farinha de trigo para cada 1 quilo de batata (ou mandioquinha).
2-  A cada quilo de batata e 300 gramas de farinha, adicione 1 ovo; além de deixar mais saboroso, melhora a liga.
3- O maior inimigo do bom nhoque é a água. Use batatas mais secas—as mais velhas são melhores.
4- Para dar mais sabor ao nhoque básico, use 60% de batata comum e 40% de batata doce.
5- Cozinhe a farinha antes de usá-la: coloque-a em uma frigideira, em fogo médio, por  15 minutos, até que fique ligeiramente dourada. Então, penerei-a. Dessa forma, ela ficará menos úmida– e o nhoque não despedaçara ao cozinhar.
6- Mexa a massa com a mão o mínimo possível— o manuseamento faz com que a água se despreenda da batata. É melhor utilizar uma espátula grande para quebrar os pedaços do tubérculo previamente cozido e, então, misturá-lo à farinha (também com a espátula). Só use as mãos para dar liga e fazer os rolinhos.
7- Os rolinhos que serão cortados devem ter a grossura do dedo médio.
8- Cozinhe-os somente em água e sal—adicionar óleo fará com que o nhoque fica “liso” e não pegue o molho que será colocado sobre ele.
9- Nhoques frescos cozinham, no máximo, por um minuto e meio ou até subirem à superfície da água.

10- Nhoque não é algo rápido de se fazer. Por isso, é melhor tirar um dia tranquilo para cozinhar e, se sobrar, congelá-lo. A melhor maneira é colocar os pedaços em uma bandeja—sem amontoá-los— e levá-los ao freezer envoltos em filme plástico. Para cozinhá-los é só tirar  do freezer e colocar direto na água fervente de 3 a 4 minutos.

Friccò: Rua Cubatão, 837, Vila Mariana, tel: 5084-0480  (não aceita cartão de crédito nem débito, é bom avisar)

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