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Comida indiana é subvalorizada no Brasil. A explicação que mais ouço é “porque não temos colônia” como acontece com a italiana e japonesa, amplamente difundidas, por exemplo. Mas o fato é que no mundo de hoje, pós-globalizado (se isso existe), não há razão para não termos mais bons restaurantes asiáticos– tailandeses, coreanos, indianos…

Acabou de sair do forno: Aloo Kulcha, naan feito com nove ingredientes, recheado com batatas e especiarias
Então quando encontro um indiano bom, meu olhos brilham. ADORO a riqueza absurda de sabores e cores, a mistura rica de especiarias, os cozidos em iogurte, as deliciosas receitas vegetarianas, o refrescante lassi. Neste final de semana conheci o Maharaj, em Belo Horizonte, e saí de lá com vontade de voltar.

O belo salão do Marahaj, localizado dentro do Consulado da Índia
O salão – agradável, bonito, decorado com estátuas e painéis indianos os quais tanto gosto e com uma televisão que passa cenas ótimas de filmes de Bollywood– fica dentro do Consulado da Índia em Minas, o que garante uma booooooa originalidade e qualidade na comida. Pude comprovar isso já na entrada: samosas de camarão (Jhinga Samosa), acompanhadas de ótimos chutneys de mamão, manga e tamarindo (R$ 24). Como sou tarada por naan— e lá vem pelando pra mesa, recém assados no tandoor–, pedi um naan normal (R$ 10) e um Aloo Kulcha, naan recheado com batatas e especiarias (R$ 13) que comi todinho.

Delicioso Mutton Roghan Gosht: cordeiro ao molho especial de especiarias
Ah, sim: especiarias. Não tente que o garçom explique quais especiarias vão em cada prato. É virtualmente impossível. Os curries e pastas levam misturas centenárias, variadas, quase impossíveis de definir, mas tão gostosas e inebriantes que não faz muita diferença você saber o que vai lá dentro. Bem porque jamais você conseguirá reproduzir em casa…

Jafrani Paneer e Kesari Pullao
Então, entre a grande variedade de pratos principais, meu namorado foi de Mutton Rogan Gosht, tenros pedaços de cordeiro mergulhados num espesso e intenso molho de especiarias (que leva, entre outras coisas, cravo, coentro, cardamomo, noz moscada, gengibre e alho) a base de tomate (R$ 59) que, ao contrário do que muitos pensam, não era apimentado. Nem tudo na cozinha indiana é apimentado.

Amo: sorvete indiano de manga com especiarias
Ah, sim, aconselho, sempre, tomar lassi – iogurte caseiro batido com cardamomo- durante as refeições. Além de delicioso, torna tudo mais leve e limpa o paladar entre as garfadas.
Na longa lista de pratos vegetarianos fiquei em dúvida entre o Daal Malika (lentilhas preparadas com masala, R$ 30) e o Jafrani Paneer (cubos de queijo caseiro paneer mergulhados em molho denso de cebolas, gengibre, iogurte caseiro, mel e especiarias, R$ 35) mas fui no último. AMO AMO AMO paneer, esse queijo tão tradicional na Índia, feito na maioria das casas. A versão do Maharaj é mais potente em sabor, ligeiramente mais salgada, de uma maneira agradável. E esse purê?! Gizuis, que coisa boa. Pra acompanhar, pedi Kesari Pullao, arroz rapidamente frito com especiarias, uvas passas e castanhas de cajú (R$ 13).

Arroz doce indiano com castanha de caju e cardamomo
Sobremesa: o absolutamente refrescante Kulfi, sorvete indiano de manga de textura pouco cremosa e sabor viciante (R$ 13) e Keer, arroz doce indiano com castanha de cajú e cardamomo (R$ 13).
Perca o preconceito – ele só te afasta de inesquecíveis experiências gastronômicas.
Maharaj: Rua Paraíba, 523, Funcionários, Belo Horizonte. tel.: (31) 3055-3836
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